Celebramos hoje a Natividade de Nossa Senhora, ou seja, seu nascimento, uma festa que teve origem no século V, no Oriente, que inclusive está inclusa no Calendário Litúrgico Bizantino como “o começo de todas as festas”. Já no ocidente, registros afirmam que esta festa começou a ser celebrada no século VII, com o Papa Sérgio, que a tornou-a solene, mediante uma grande procissão.
A razão desta memória se encontra no fato da Virgem Maria ter nascido sem a mancha do pecado, privilégio este que sinaliza a predileção divina por Maria ao escolhê-la para ser mãe de Jesus, já que a própria sagrada escritura determina que “o puro não pode nascer do impuro” (Jó 14,4). Imaculada, Maria foi concebida, e nesta condição gerou Jesus, nosso redentor, sem contágio de pecado.
Este dia, é de comemoração para a Igreja no mundo inteiro, pois se faz memória do dia que veio ao mundo, a escolhida para ser a Mãe do Salvador e nossa mãe. Acerca desta festividade, nos inspirou o doutor da Igreja, São Pedro Damião, no seu Segundo Sermão sobre a Natividade de Nossa Senhora: “Hoje é o dia em que Deus começa a pôr em prática o seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Casa linda, porque, se a Sabedoria constrói uma casa com sete colunas trabalhadas, este palácio de Maria está alicerçado nos sete dons do Espírito Santo. Salomão celebrou de modo soleníssimo a inauguração de um templo de pedra. Como celebraremos o nascimento de Maria, templo do Verbo encarnado? Naquele dia a glória de Deus desceu sobre o templo de Jerusalém sob forma de nuvem, que o obscureceu. O Senhor que faz brilhar o sol nos céus, para a sua morada entre nós escolheu a obscuridade (1Rs 8,10-12), disse Salomão na sua oração a Deus. Este mesmo templo estará repleto pelo próprio Deus, que vem para ser a luz dos povos”.
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