Afortunada, sortuda ou bem-aventurada, esses são os sinônimos do nome da santa a que fazemos memória, 8 de fevereiro, celebramos Santa Bakhita. Ironicamente, este não é seu nome de batismo, mas o nome dado por aqueles que a raptaram e a fizeram escrava. Contudo, Deus que sabe intervir nos planos humanos, fez dela realmente uma sortuda, pois lhe deu uma experiência com Seu amor e a “fortuna” de uma vocação.
Natural do Sudão, país do continente africano, Bahkita nasceu em 1869, foi raptada e vendida como escrava aos 8 anos. Nessa condição, passou as humilhações e torturas a quais se submetem os escravos, que lhe causaram dificuldades para caminhar e cerca de 144 cicatrizes. Sobre esse tempo, afirmou anos mais tarde: “Posso dizer realmente que não morri por um milagre do Senhor, que me destinava a coisas melhores”.
Em 1882, Bakhita pode viver e trabalhar com mais tranquilidade, foi vendida ao cônsul Legnani e depois cedida por ele à uma família de amigos. Nesse lar, a fé que silenciosamente a sustentava, veio à tona, quando ganhou de presente um crucifixo, que lhe despertou o desejo de conhecer a história daquele “escravo”. Conquistada pelo “patrão” da cruz como ela via Nosso Senhor, pediu para ser catequisada e receber os sacramentos. Posteriormente, com a licença de sua senhora, ingressou na Congregação das Filhas da Caridade de Santa Madalena de Canossa, as Canossianas, onde recebeu o nome de Irmã Josefina.
Com um grande testemunho de obediência, alegria, docilidade e perdão, Bakhita também se destacou por seu grande amor a Jesus Eucarístico e pelo serviço social com os pobres e desamparados, que a chamavam de “Mãe Morena”. Aos 78 anos, parte rumo à eternidade. Depois de mais de duas décadas de sua morte, encontraram seu corpo incorrupto.
“Bakhita é a certeza de que um dia o Senhor nos libertará”, afirmou o Cardeal Bernardin Gantin. Nesta certeza, peçamos a intercessão de Santa Bakhita para que possamos não nos prender as “cicatrizes” de nossa história, mas viver sempre com o olhar voltado para Aquele que morreu “escravo” para nos redimir e libertar. Santa Bakhita, rogai por nós!
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