Numa sociedade marcada pelas consequências do egoísmo, o testemunho de vida do santo de hoje é um antídoto para nós, para que ele nos inspire a viver e defender os valores sagrados pelos quais ele deu a vida, seu nome é São Maximiliano Maria Kolbe.

Natural da Polônia, Kolbe nasceu em 1894 numa família operária, muito simples, porém com grande espiritualidade, pois seus pais eram cristãos autênticos, devotíssimos da Virgem Maria. Ainda quando criança, seus biógrafos narram que Nossa Senhora lhe apareceu, e pediu que ele escolhesse entre as duas coroas que ela trazia em suas mãos, sendo que uma era branca e significava a perseverança na vida casta, e a vermelha, o martírio. Consciente e amparado pelo olhar da Virgem Maria, a quem ele chamava de Imaculada, ele escolheu as duas.

Debaixo do manto da Virgem, nascia então uma vocação que marcaria a história. Aos 14 anos começou seus estudos no Seminário menor dos frades conventuais, e dois anos depois, foi admitido no noviciado, escolhendo o nome de Maximiliano, em honra de um grande mártir africano. Por sua dedicação, seus superiores o enviaram para Roma, para terminar os estudos, onde em 1914, fez sua profissão solene, e na Cidade Eterna, funda em 1917, um ano antes de ser ordenado, a Associação Apostólica Milícia de Maria Imaculada.

Seu amor pela Virgem Maria era tão intenso e audacioso, que ele ficou conhecido como o “Louco da Imaculada”, por quem ele admoestava: “Não tenham medo de amar demasiado a Imaculada; jamais poderemos igualar o amor que teve por Ela o próprio Jesus: e imitar Jesus é nossa santificação. Quanto mais pertençamos à Imaculada, tanto melhor compreenderemos e amaremos o Coração de Jesus, Deus Pai, a Santíssima Trindade”.

Conhecidos como os Cavaleiros da Imaculada, a Associação tinha os seguintes fins, a conversão dos pecadores, até mesmo os inimigos da Igreja, e a santificação de todos os seus membros, sob a intercessão de Maria Imaculada. De volta a Polônia, em 1919, inaugura o Jornal Mensal Cavaleiro da Imaculada, que ganha mais visibilidade ao ser instalado num terreno doado por um príncipe, onde Padre Kolbe, constrói pela divina providência, a Cidade de Maria, um complexo de espiritualidade, vocações e o apostolados de evangelização. Nela viviam sacerdotes, noviços, irmãos leigos, seminaristas menores, candidatos ao sacerdócio, e também outros devotos da Imaculada.

Infelizmente, com a Segunda Guerra Mundial, em 1939, a Cidade de Maria situada na estrada de Potsdam a Varsóvia, local visado pelas tropas nazistas, teve que ser evacuada, mas Padre Maximiliano, conseguiu lugar seguro para todos os irmãos, contudo permaneceu ali, com cinquenta de seus principais colaboradores, que foram presos em setembro, e na festa da Imaculada, em dezembro libertos. Ao retornar transformaram a Cidade de Maria, em refúgio e hospital para feridos de guerra, fugitivos e judeus. Dois anos depois novamente, a Gestapo invadiu a Cidade de Maria e levou presos o padre Kolbe e outros quatro frades mais anciãos, para o campo de extermínio de Auschwitz.

No campo de Auschwitz, Padre Kolbe e os outros prisioneiros sofreram as mais cruéis torturas, mas nenhuma delas, por pior que fosse, conseguiu destruir sua fé, e para onde ele era transferido, buscava falar de Jesus, da Imaculada e da vida eterna, a todos sofredores. Entretanto, certo dia, 10 prisioneiros foram condenados ao “bunker da morte”: um subterrâneo onde eles eram jogados desnudos, e permaneciam sem bebida nem alimento, à espera da morte, e o Padre Maximiliano, diante o desespero de pai de família, pede que seja aceito no lugar dele, o que foi admitido, por ele ser sacerdote.

Num lugar que fedia a morte, com a presença de Padre Maximiliano, outros sons, além de gemidos, gritos e choros foram ouvidos naqueles dias, ali se ouvia cantos e orações, o Bunker se tornou a Capela do Padre Kolbe. Três semanas depois, quando restava somente quatro prisioneiros, decidiram exterminá-los com injeção letal de ácido muriático. Da execução, testemunham-se que mesmo debilitado, se mantinha sereno e radiante, e pronunciava: “Acaso não sabeis que eu sou da Imaculada? Era o dia 14 de agosto de 1941, véspera da Assunção de Maria.
Admirado por muitos, sua canonização reuniu na Praça de São Pedro, no dia 10 de outubro de 1982, uma multidão de mais de duzentas mil pessoas, que ali foram para testemunhar sua intercessão, e manifestar sua gratidão pela sua oferta de vida! São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós!